quarta-feira, 29 de abril de 2009

gripe suína


gripe suína

esta gripe supimpa
pragueja espirra voa e limpa

vai se alastrar
no ar

ave invisível porca agourenta
vírus que vai globalizar
e matar

o ar, além de poluído,
vem embutido
de horror

como se não bastasse a crise
econômica, nem a cegonha sem-vergonha
da sida,
o mosquito decadente de dengue
tropical,

agora
respirar faz mal

(rogel samuel
rio de janeiro, 29 de abril de 2009)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Noite negra




Noite. Noite negra, nesta montanha.
Unidos pelo mesmo hálito,
o mesmo manto sem estrelas.
Nesse mundo, onde estamos nós?
Nessa noite negra. Tão negra
que deixamos acesa aquela luz.
Entre nós. Nossas luzes.
Negra noite.


(Rogel Samuel
Tiradentes, 15 de abril de 2009).

domingo, 12 de abril de 2009

Agora abriu a estação



Agora abriu a estação
das bailarinas do ar
vitrilhos brilhos cintilos
nas Thermas Antonio Carlos
sob a lua com ferrão
pôs pra gente navegar
e nas esteiras acesas
abrem leques, madeixas
deusas de vespas ledas
de seu lácteo almiscar
o estar o estame os laços
no Palácio do Cassino
e o verão vai com seus bronzes
sobre homem, abertos braços
na Praça de Pedro Sanches
ó menino de açúcar fino
ó menina pele mormaço
suspiros giros e engasgos
com essas asas de aço
sobre fontes, sobram passos
ó irmandade fecunda
com o pulso do verão!
(mas não o sentirá Elias
nem a Dona Conceição:
depois que os cascos da morte
cortaram o ríspido chão).

sábado, 11 de abril de 2009

pequeno poema

pequeno poema
se insinuando
na minha solidão

eu te amo apenas
quando vale a pena
não te ter à mão

sei que aparecias
na nudez suprema
da imaginação

pequenino tema
posto que poema
és contramão