terça-feira, 28 de julho de 2009

de areia e de pedra



de areia e de pedra e mais de que
de ferro se fazem as casas
da madeira dos sacos de cimento
você vê o preço e me espera no telhado
você vê como a louça guarda a toalha branca

de areia e pedra os muros se constroem
se erguem e se abrem as janelas
e pregos expostos e aguerridos pregos
oh temos de pensar de que são feitos eles
da cerâmica azul da fase próxima lua

domingo, 26 de julho de 2009

em frente à TV


em frente à TV posso sofrer
o amanhã o mundo as paisagens
o filtro do som e seu mundo
a luz violeta que vem de New York
ou a corrida daquele carro em Santa Fé

tenho saudade de Malibu
penso que eu voltaria para lá
foi muito boa recordação

em frente à TV posso saber
o passado de minha geração
e é bom adormecer e sonhar
como um bom telespectador de mim mesmo

quinta-feira, 9 de julho de 2009

mar




onde está, onde
onde está no horizonte
onde está o destino
por onde se vai nesta barca
por onde navegar assim
neste mar de incertezas
neste caminho sem pistas
e por que vagueamos em claros
na grande muralha de atalhos
perdidos labirintos
pássaros de bicos frios
flores de asas mortas
e em embrulhadas falas
mulheres e homens nas tramas
de suas rotas?

sábado, 4 de julho de 2009

venham poemas



venham, poemas, líricos, idos, tidos
desusados
venham das gavetas das estantes do passado
venham a mim
todos
esquecidos não lidos poemas das bibliotecas
em milhares em milhões de seus versos
suas muitas vozes muitas rimas e
imagens
eu os amo, poemas perdidos
eu os amo
e poderia lê-los todos
se me dessem tempo de vida
todos
me esperam em fila nas bibliotecas velhas
nos seus esquifes-livros
finalmente fechados
quem os lerá?
quem saberá?
venham a mim, venham
de todas as partes
em todas as línguas
com todas as suas finas rimas