na praia do tempo,
na praia negra do tempo
sobre o muro de vermelha areia
estava escuro, sim,
e ninguém a via
o vento assustado uivava
e recolhia
as estrelas penduradas
que se entreolhavam aflitas
e uiaras das águas venenosas
vestidas de branco ou nuas
em bando
sim eu via o rumo fundo do rio longo
na direção do fim
do outro mundo amado,
do outro lado
eu estava com ela
e não, ninguém naquela hora,
ninguém naquela noite
naquela
ninguém
nas linhas retas
das
pedras antigas
nas areias do rio
no veio velho do vento
onde estaria ela agora?, a amada
na praia da ponta negra
ouvi e a amei
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