segunda-feira, 21 de setembro de 2009

na praia de ponta negra me prosternei

na praia da ponta negra me prosternei
 na praia do tempo, 
na praia negra do tempo 
sobre o muro de vermelha areia 
estava escuro, sim, 
e ninguém a via 
o vento assustado uivava 
e recolhia as estrelas penduradas 
que se entreolhavam aflitas 
e uiaras das águas venenosas
 vestidas de branco ou nuas 
 em bando 
sim eu via o rumo fundo do rio longo 
na direção do fim do outro mundo amado, 
do outro lado 
eu estava com ela
 e não, ninguém naquela hora, 
ninguém naquela noite naquela 
ninguém
nas linhas retas 
das pedras antigas 
nas areias do rio 
no veio velho do vento 
 onde estaria ela agora?, a amada
na praia da ponta negra 
ouvi e a amei 

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