para jefferson bessa
seu poema está imerso
nessas ondas do fundo
que confundem são gavetas
são marcas dágua
são dunas de um outro mundo
são gravações agravadas
onde o poema dorme, gravado
mas solto, engavetado
mas aéreo, eu disse
que essa sua nova fase
de sua poesia vai ser gravada
nas ondas desse mar
desse colorido mar
nas ondas do fundo da memória
desses computadores-leitores
a cores
ou leitores em preto e branco
e agora
em ondas vermelhas pretas e azuis
concentradas
concêntricas
fecundas
postadas
gravadas
água
água e areia
água
tinta de cor de água
água e tinta de água e cor
domingo, 29 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
pássaro
meus dedos de aço
passam na plumagem
luminoso pássaro
imerso na paisagem
em minha cor e casa
e ponho-o no meu lago
um pincel usado
pinço-o com cuidado
ramagem extraordinária
forma de uma flor
ou como um piano
como um belo plano
bebo seu licor
e forço a sua entrada
dou-lhe vida e cor
passam na plumagem
luminoso pássaro
imerso na paisagem
em minha cor e casa
e ponho-o no meu lago
um pincel usado
pinço-o com cuidado
ramagem extraordinária
forma de uma flor
ou como um piano
como um belo plano
bebo seu licor
e forço a sua entrada
dou-lhe vida e cor
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
novo poema
novo poema
pobre poema
agita agora
minha imaginação
sonho seu rumo
sopro suas teclas
ouço sua lira
confusão
meus dedos de aço
passam pelas plumas
dessa seca e estéril
movimentação
somos comovidos
somos só ouvidos
somos resolvidos
gestaçao
pobre poema
agita agora
minha imaginação
sonho seu rumo
sopro suas teclas
ouço sua lira
confusão
meus dedos de aço
passam pelas plumas
dessa seca e estéril
movimentação
somos comovidos
somos só ouvidos
somos resolvidos
gestaçao
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
porta calada
porta calada
madrugada
o silêncio é nada
o vento me acorda
o silêncio morre
sobre esta triste noite
a quente suportada espera
volto ao sonho antigo
no sonho palavra dada
porta calada
madrugada
e que horas são?
qual tempo lembrar?
da minha janela percebo
um pedaço de rua
vento da noite nua
sopra na solidão
porta calada
madrugada
madrugada
o silêncio é nada
o vento me acorda
o silêncio morre
sobre esta triste noite
a quente suportada espera
volto ao sonho antigo
no sonho palavra dada
porta calada
madrugada
e que horas são?
qual tempo lembrar?
da minha janela percebo
um pedaço de rua
vento da noite nua
sopra na solidão
porta calada
madrugada
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