sexta-feira, 16 de novembro de 2012

a palavra falada tentada forçada escrita

a palavra falada tentada forçada escrita


rogel samuel



a palavra falada tentada forçada escrita
a ventarola do fio do violino a porta
o mormaço cobre o túmulo e volta

gente
e volta a ser gleba
voltamos nós
à palavra falada ouvida esquecida esquisita
morta
como o fio do destino à porta
é um outro lugar
um salão sagrado, familiar, construído há tempo,
e cheio de morte
ecoando suavemente mofado escuro quieto
como nuvem de umidade
por cima do tapete verde da pedra
espero a “Celebração da paz”, de Holderlin

domingo, 12 de agosto de 2012

a praça

era uma praça aclarada
era a passagem, a alvorada
era o passo na estrada
a família a fúria passada
era o mundo dos antigos
o passar pelo gesto a apressada
morte a lama o modelo

a rua a passarada

terça-feira, 22 de maio de 2012

depois de alguns novos passos


depois de alguns novos passos
cheguei aquela estrada amada
simples, reta, clara, nada
impedia ao reino me levava

estrada clara

e os sóis e as madrugadas
pelos vales verdes e azuis
de repente me abriam

doce esplendor desse mundo
posso passar sem mais nada
vejo belas paisagens

entrada clara

depois de alguns passos
cheguei à estrada amada

estrada ao nada

quinta-feira, 17 de maio de 2012

não me separei de ti


não me separei de ti
continuo contigo
continuo firme
no teu compromisso
as mãos nos teus ombros
cabeça no teu colo
mundo desmaiado
simples, certo, calado
na música dos teus silêncios
tua paz externa
tua mente ampla

sábado, 28 de abril de 2012

CONTINUO CONTIGO




continuo contigo
continuo parado
não me afasto nada
da tua amizade
meu amor por ti
atravessa a noite
mesmo até em sonhos
deixo-me levar
pelas tuas asas
continuo em ti
continuo alado
sopro vento leve
calma desse luar
pelas folhas da água
passa teu respirar
posso ser levado
através da noite
mundo mais devagar