(A meu poema "casa abandonada", o poeta Jefferson Bessa escreveu uma resposta:)
casa abandonada (Rogel Samuel)
as janelas estavam assassinadas
assistiam a tudo
ao mar, às aves, à montanha
nunca mais fechadas
fecundas de vento
arrebatadas de sol
batidas pelo firmamento
e as janelas nunca mais se fecharam
porque não havia ninguém mais lá dentro
porque os poros da casa se abriram
às verdejantes trepadeiras
que cobriam todo passado
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Esta casa (Jefferson Bessa)
Esta casa é
O abrigo do poema.
E respiram estas paredes
A verde-planta do tempo.
Crescem por sobre a casa
O olhar presente do passado
De entre-ver nossas janelas
Que não se trancam mais.
Por lá não ter ninguém
É que elas me olham.
Por nenhuma noite mais
Fecharei minhas cortinas.
Este poema é
O abrigo desta casa.
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Minha resposta (Rogel Samuel)
Por lá não há mais ninguém
nesta casa abandonada
nem os fantasmas esguios
nem as fadas enamoradas
nem mendigos nem ninguém
mesmo o tempo por lá não encosta
mesmo as recordações se desfazem
as memórias as cansadas
naves da madrugada
cinzas do que passou
solidão das marés
esquecimento e silêncio
Amigo, lindo poema-resposta. Adorei. Vou postar no meu blog.
ResponderExcluirFico feliz por termos esses abrigos. Muito obrigado.
Um abraço.
Jefferson.
Rogel e Jefferson, q correspondência interessantíssima!!!! Parabéns pra ambos!!!!
ResponderExcluirAbraços!!!!
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ResponderExcluirJonathan, muito obrigado por seu comentário e leitura, é uma felicidade vê-lo aqui...
ResponderExcluirBelos poemas, amigos.
ResponderExcluirParabéns aos dois.
Grande Abraço!