sábado, 5 de junho de 2010

sobolos rios que vão

sobolos rios que vão
por Babilônia, me achei
onde sentado chorei
com Camões esta canção,
as lembranças de tudo
por quanto no rio passei
o rio negro negro
corrente que de meus olhos
foi manado, e que somente
meu deu lembranças
que nalma se representaram
e se fizeram tão presentes
como se nunca fossem tidas
com o rosto banhado em lágrimas
via minha tia Luzia
e seus cuidados imaginados
e o meu tio Alberto
na sua mesa de trabalho
sorrindo para o seu lado.
Vi que tudo que passei
que todo o bem passado
não era gosto, mas é mágoa.

mas quando feliz estou contigo
me esqueço do passado
nada existe, já passou
e logo me recomponho
pois o tempo imaginado
o tempo recuperado
já é outro, já não existe
como o rastro de uma nave
no ar do mais largo oceano

ah, tempo passado, tempo morto
tempo árido! contigo não
estarei nem mesmo nas lembranças!
o quadro se apaga e os momentos
são sonhos projetados na vidraça!


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